Membro do Conselho de Administração da International Federation of Purchasing and Supply Managment – IFPSM. Graduada em Administração com MBA pela Business School São Paulo. Mais de 20 anos de experiência profissional em empresas listadas entre as 500 maiores da Fortune, como Lucent, Vesper e EDS. 15 anos em posições executivas nas áreas de Compras e Supply Chain na América Latina e atuação em projetos globais de transformação de SCM. Uma das fundadoras do CBEC, atual membro do Conselho de Administração e Diretora do Grupo de Capacitação, responsável pelo desenvolvimento e implantação dos Programas de Formação e Certificação Internacional em Compras – FCIEC.
Todos os dias as empresas se deparam com todo o tipo de dificuldade, obstáculos e desafios na condução de seus negócios. Dois aspectos fundamentais que impactam diretamente o resultado da empresa são a forma como elas vendem e a forma como elas compram. Hoje, eu quero falar da transformação da área de Compras de centro de geração custos para centro de geração de lucro.
A TRANSFORMAÇÃO DE COMPRAS
Na década de 80 a área de Compras tinha um papel operacional, burocrático, de “emissora de ordens de Compras”. Via de regra, era conduzida por um coordenador ou, no máximo, um gerente de nível médio e reportava-se à manufatura, à área administrativa ou finanças.
Nos anos 90 a área ganhou forte orientação a processos e passou a ser percebida pelas empresas como área de “suporte”. Nessa época era comum Compras se reportar à área financeira da empresa e ser liderada por um gerente senior.
Em ambos os casos a área era classificada como “centro de custo” e, como tal, forte candidata à cortes sempre que as empresas sentiam necessidade de reduzi-los. Esse era um erro muito comum: sem conhecer sua verdadeira contribuição, as empresas reduziam o quadro de pessoal da área como forma de reduzir custos e, dessa forma, matavam a “galinha dos ovos de ouro”, pois acabavam reduzindo sua própria capacidade de reduzir seus custos totais.
Mais recentemente as empresas descobriram o caráter estratégico da área de Compras e a importância de sua contribuição para o resultado da empresa: longe de ser operacional ou de suporte, a área de Compras é uma área comercial, de negociação e geradora de LUCRO.
Estudos internacionais (CAPS Research) comprovam que, na média, as empresas gastam em compras de produtos e serviços de terceiros o equivalente a 42% de seus faturamentos.
Pesquisa, sobre Melhores Práticas em Compras conduzida pelo Conselho Brasileiro dos Executivos de Compras, apurou que, no Brasil, em 44% das empresas a área de Compras obtém entre 5% e 15% de redução de custos (dependendo em que estágio da transformação a área de encontra).
CONTA RÁPIDA
Vamos considerar uma empresa que fatura R$100, gasta R$ 42 em compras e tem R$ 10 (10%) de lucro. Se essa empresa conseguir reduzir em 5% o total gasto em compras, seu lucro aumenta para R$ 12. Neste exemplo, 5% de redução no total gasto resultou em um aumento de 20% no lucro da empresa.
Essa é a regra: cada centavo economizado afeta diretamente a linha de Lucros & Perdas das empresas.É por isso que a área vem ganhando cada vez mais espaço nas organizações. Em 23% das empresas o executivo de Compras reporta ao principal executivo da empresa; um CEO ou Presidente. Essas empresas já aprenderam a materializar o potencial da área de Compras como geradora de lucro e a fazer dela seu diferencial competitivo.