Para atravessar a crise financeira mundial e ganhar terreno no mercado internacional, a indústria brasileira precisa inovar. O investimento em inovação é o que garantirá a competitividade das empresas nacionais no mercado que surgirá pós-crise. A sensibilização do setor industrial para investir em novos produtos, processos, serviços e modelos de negócios é o objetivo da Mobilização Empresarial para a Inovação, iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
“Mobilizar as empresas para o desafio de inovar é o grande objetivo dessa ação. Com a Mobilização Empresarial para a Inovação, a CNI aprofunda suas iniciativas de estímulo à inovação e alia-se a outras instituições empenhadas em promover a pesquisa e o desenvolvimento de novos produtos e processos nas nossas empresas”, disse o presidente do Conselho de Política Industrial e Desenvolvimento Tecnológico da CNI, Rodrigo Rocha.
O esforço inovador brasileiro é muito superior ao de qualquer outro país latino-americano, mas ainda é menor do que o verificado em países desenvolvidos. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as empresas brasileiras investem cerca de 2% do valor adicionado da produção em Pesquisa e Desenvolvimento. O país que mais investe, nessa base de comparação, é a Suécia, com 4,5%, de acordo com dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). O México é o país latino-americano mais próximo do Brasil nesse ranking, investindo menos de 0,5%.
Em uma pesquisa do IBGE de 2005, um terço das empresas pesquisadas declarou inovar, ou seja, criou um novo produto ou processo nos dois anos anteriores. Foram pesquisadas 90 mil empresas. Desse universo, 20 mil declararam ter investido em torno de R$ 33,5 bilhões naquele ano. Cinco mil empresas disseram ter realizado atividades de Pesquisa e Desenvolvimento, com gastos próximos a R$ 8 bilhões em 2005.
“O grande desafio é fazer da inovação um tema central da alta direção das empresas”, disse o diretor de operações da CNI, Rafael Lucchesi, sobre o objetivo da Mobilização Empresarial para a Inovação. Ele disse que o posicionamento da inovação no centro da política industrial do governo e a consolidação do alinhamento entre as lideranças públicas e privadas foi um importante avanço para o Brasil.
O diretor da CNI lembrou que esse avanço permitiu a construção de um conjunto de incentivos, subvenções e financiamentos diferenciados às atividades de Pesquisa e Desenvolvimento. “Esse marco precisa ser aprimorado, de modo a atender um número mais expressivo de empresas”, finalizou.