Testes de software garantem a qualidade de produtos e serviços
Existe uma máxima entre os profissionais da área de tecnologia que diz que se todos os profissionais fossem realmente bons para programar, se todos pudessem se concentrar e usar uma programação estruturada e tabelas de decisão não haveriam bugs a serem procurados.
Erros existem. Se você ainda não os identificou, certamente não soube procurá-los direito. Portanto, para encontrá-los e identificá-los é necessário mais do que sorte. É preciso metodologia e adoção de processos que podem auxiliar – e muito – a vida dos profissionais que dedicam seu tempo na árdua tarefa de encontrar agulha no palheiro.
Assim como a Engenharia de Software, os testes específicos que consistem em executar programas com a intenção de encontrar erros existem há 40 anos. Apesar de ser considerada atividade extremamente importante no desenvolvimento de software, os testes foram considerados secundários por muito tempo. Para algumas empresas, a tarefa não exigia tempo, nem tampouco investimentos.
“Mas muita coisa mudou depois do ano 2000. A virada do ano (1999-2000) deixou muitos programadores desesperados. As ameaças que um bug nos sistemas poderia gerar em softwares chamaram a atenção sobre a importância de testes específicos. Principalmente para o sistema bancário”, lembra o especialista em Testes de Software, Rodrigo Zauza Passos.
Garantir a segurança dos softwares não foi o único motivador para a inserção efetiva dos testes nas empresas. O acirramento no mercado de TI e a exigência crescente por produtos e serviços de qualidade também propiciaram a popularização da atividade.
“As empresas estão se capacitando na área para homologarem seus produtos. Para elas, somente através dos testes é possível garantir a qualidade dos seus serviços”, afirma Zauza, que também é instrutor do Ietec.
Entre os principais objetivos do processo de testes, na avaliação do especialista, vale destacar a prevenção de erros, a identificação dos sintomas provocados por bugs e o fornecimento de diagnósticos claros para que os erros sejam facilmente corrigidos.
É claro que este não é um assunto tão simples como parece. Os erros nem sempre são óbvios, erros diferentes podem ter a mesma manifestação e saber que um programa não está correto não significa, necessariamente, saber como corrigir o erro.
Hélio Sanchez, diretor comercial da MZP Soft, empresa de consultoria paulistana, especializada em serviços de testes de software, ressalta três importantes benefícios gerados pelos testes de software: a redução drástica de custos, redução de retrabalhos e, o principal deles, o alinhamento da qualidade com a imagem institucional da empresa.
“Não é possível mensurar o prejuízo que uma empresa pode ter quando sua imagem é relacionada à ineficiência de um software. A imagem institucional é um bem intangível”, ressalta Sanchez.
Estima-se que defeitos de software tenham custado cerca de US$ 60 bilhões em 2007, de acordo com o National Institute os Standards and Tecnology. Bancos e fabricantes de celulares são os segmentos mais dispostos a evitar tais erros e investem pesado na terceirização deste serviço. Aliás, a terceirização dos testes de software caracteriza este mercado.
“O desenvolvedor de um software confia tanto no seu trabalho que chega a ser negligente com as suas falhas. Ninguém melhor que uma outra pessoa, fora do processo de desenvolvimento, para verificar o seu funcionamento. Daí a necessidade de se terceirizar este serviço”, explica Hélio Sanchez.
A valorização da área de testes favorece o mercado de trabalho. “De dois anos pra cá, observamos uma mudança positiva no mercado. As empresas estão contratando e a capacitação deste profissional vive um excelente momento”, afirma Rodrigo Zanza.
Hélio Sanchez confirma este cenário e afirma: até 2010, as empresas brasileiras investirão três vezes mais do que foi investido em 2007 em testes de software.